Em meio a túneis e engarrafamentos, raios e trovoadas, sob o olhar atento do carcará urbano, seguia Celso com o seu fusquinha azul-calcinha. Mil novecentos e setenta e quatro... Trinta e seis anos quase completos de arranca-rabo dos pneus com o solo. É certo que naquela época a vida era mais fácil para ambos – os pneus e Celso. Os dois ainda eram dotados de cabelos e garbosidade. Para eles, tudo era novidade. Até mesmo eles eram novidades. Mas o tempo passa, a roda gira, o mundo gira e o mais interessante: Vão parar todos no mesmo lugar.
Então, cá estavam eles, noutro dia, noutro lugar. Compreende-se que os pneus não eram mais os mesmos, Celso não era mais o mesmo. Nem o Fusca que era o mesmíssimo carro, já não era mais o mesmo. Agora azul-calcinha-desbotado, com as marcas do tempo espalhadas pela lataria e os bancos rasgados pelo entra e sai dos passageiros, seguia guerreiro o carrinho.
Uma vida inteira de companheirismo e aventuras. Parceria cuidadosa e dedicada. Um cuidando do outro e o outro cuidando do um. Hoje a tarefa era grandiosa para os dois – Celso e o Fusca: Eles estavam levando o pequeno Bruno à escola.
Faltando dois quarteirões para o destino, Bruno pediu ao avô que parasse ali mesmo, que o resto ele ia a pé. Celso ficou sentido pelo companheiro, pois percebeu que o menino tinha vergonha da própria condução que o levara até ali, só porque estava velha, mas atendeu ao pedido. Estacionou o veículo e os dois desceram em silêncio. O avô deu a mão ao seu neto e eles começaram a caminhada. Quando faltava um quarteirão para a escola, o menino disse a Celso que o deixasse, pois dali seguiria sozinho. Foi atendido pelo avô, que voltou ao seu carro com lágrimas nos olhos. Entrou no velho companheiro de guerra, deu dois carinhosos tapinhas no volante e seguiu o seu destino, porem deixando para trás a tristeza e as lágrimas, pois aprendera durante o caminho da vida, que sim, era mesmo verdade: O tempo passa, a roda gira, o mundo gira e o mais interessante: Vão todos parar no mesmo lugar.
Eric de Almeida Bustamante.
Então, cá estavam eles, noutro dia, noutro lugar. Compreende-se que os pneus não eram mais os mesmos, Celso não era mais o mesmo. Nem o Fusca que era o mesmíssimo carro, já não era mais o mesmo. Agora azul-calcinha-desbotado, com as marcas do tempo espalhadas pela lataria e os bancos rasgados pelo entra e sai dos passageiros, seguia guerreiro o carrinho.
Uma vida inteira de companheirismo e aventuras. Parceria cuidadosa e dedicada. Um cuidando do outro e o outro cuidando do um. Hoje a tarefa era grandiosa para os dois – Celso e o Fusca: Eles estavam levando o pequeno Bruno à escola.
Faltando dois quarteirões para o destino, Bruno pediu ao avô que parasse ali mesmo, que o resto ele ia a pé. Celso ficou sentido pelo companheiro, pois percebeu que o menino tinha vergonha da própria condução que o levara até ali, só porque estava velha, mas atendeu ao pedido. Estacionou o veículo e os dois desceram em silêncio. O avô deu a mão ao seu neto e eles começaram a caminhada. Quando faltava um quarteirão para a escola, o menino disse a Celso que o deixasse, pois dali seguiria sozinho. Foi atendido pelo avô, que voltou ao seu carro com lágrimas nos olhos. Entrou no velho companheiro de guerra, deu dois carinhosos tapinhas no volante e seguiu o seu destino, porem deixando para trás a tristeza e as lágrimas, pois aprendera durante o caminho da vida, que sim, era mesmo verdade: O tempo passa, a roda gira, o mundo gira e o mais interessante: Vão todos parar no mesmo lugar.
Eric de Almeida Bustamante.
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